terça-feira, 7 de junho de 2016

Sobre o meu começo e minha primeira gaita

Há anos escuto Blues. É um estilo musical que me agrada e acalma de modo que poucas músicas conseguem (salvo algumas indies e clássicas). Diferente de outros estilos, praticamente todos os instrumentos têm seu momento de brilho nas melodias: solos de baixo, de guitarra, de teclado, de bateria, de saxofone, e de gaita. Como sempre quis aprender a tocar um instrumento (para mim, toda pessoa amante de música deve saber tocar pelo menos um instrumento; já tentei tocar violão, sem sucesso), percebi nos solos de gaita que escutava o imenso potencial que esse subestimado instrumento possui, além de ser bem mais portátil e barato do que os outros acima citados, e outros instrumentos. Comecei a pesquisar sobre gaitas na internet, preços, marcas e tudo mais, porém as gaitas mais baratas que eu encontrava não tinham críticas muito boas por parte de alguns gaitistas amadores e profissionais (como a Hohner BluesBand), sem falar no preço dos fretes nas compras online, sempre um absurdo para quem mora no Nordeste, como eu. Sem muita opção, me vi obrigado a gastar mais e a procurar em lojas físicas o pequeno instrumento. Acabei optando pela Hohner SilverStar em C, no valor de R$ 70,00. Doeu no bolso, mas foi aquele sacrifício que a gente tem que fazer de vez em quando (na verdade já tive muitos prejuízos financeiros em relação à compra de algumas coisas que nem eram necessárias para mim. Consumismo, o nome disso. A gaita não se encaixa aqui).

Com a primeira gaita em mãos, vamos começar com o básico: BENDS!!! Mas antes tinha que saber tirar uma nota limpa, aí notei que os orifícios da primeira oitava da gaita (1 ao 3) tinham um pouco de vazamento, o que poderia me atrapalhar um pouco quando quisesse, ou tentasse, tocar uma música, o que no momento não era (ainda não é, muito) o caso. Passei um tempo praticando as embocaduras de bico e tongue blocking, de modo que já conseguia tirar uma única nota aceitável. Agora sim: BENDS!!! Após pesquisar bastante sobre como executar essa técnica (a maioria falava aquela técnica A-U-A, mas para mim não funcionou muito) e apanhar bastante da gaita, comecei a baixar o tom das notas que eu tirava, mas sem saber muito bem o que eu fazia pra tirar, acabava apanhando mais um bucado até fazer o bend outra vez. Primeiro foi no 1, depois foi no 4. Os dos orifícios 2 e 3 eu sabia que ia ser um 7x1 a cada aspirada. Acabei que, semanas depois, consegui fazer o bend de meio tom em cada. O bend de um tom só veio sair semanas depois, de novo. E o bend de um tom e meio no 3 (mais procurado por mim que o bin Laden pelo FBI) foi sair um belo tempo depois, após várias engasgadas e faltas de ar. O bend no 6 meio que me pegou de surpresa por conta da posição da língua para a sua execução, passei um tempo procurando a posição certa. Depois vieram os bends soprados, no 8, 9 e 10, ainda sem muito sucesso, mas tá indo!

Atualmente, por conta da faculdade, ando sem muito tempo para praticar, mas quando o tenho estudo sobre os bends que consigo tirar, tentando tirá-los de primeira e controlá-los o máximo de tempo possível, e mesclo o tempo com o tongue blocking e umas músicas simples. Ainda tenho muito o que aprender, e talvez quem leia esse texto agora, daqui a um tempo já faça um som enquanto eu ainda tô empacado em alguma técnica.

Recomendo aos iniciantes (falo como se não fosse um) estudarem calmamente, porque é comum nós, novatos, irmos com muita sede ao pote e assim que pegar o instrumento já querer sair tocando tudo, e não é assim. A paciência é primordial, e persistir pacientemente em uma técnica é necessário para o completo domínio dela.

Mais pra frente no blog postarei mais sobre as técnicas que citei aqui, como embocadura, bends (e como eu fiz para fazê-los) e outras, à medida em que vou aprendendo, descobrindo e que vou tendo tempo para escrever. Até a próxima!

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