domingo, 30 de outubro de 2016

Dicas de estudo para iniciantes

(It's been a loooooong tiiiiime)

Olá. Nossa, o ano já tá acabando... Peço desculpas pelo tempo away, a faculdade anda tirando meu couro, e por conta disso estou sem muito tempo (também estou tentando retomar outros hobbies que tinha antes, como desenhar, e que tinha me afastado justamente por conta da faculdade, pra tentar me desestressar). Enfim, o importante é que parar de postar não vou parar.

Havia prometido antes um post sobre como eu fazia para estudar gaita, de onde tirava minhas informações, e esse post é justamente sobre isso.

Faz um tempo que escuto Blues, é um segmento musical que me relaxa, e sempre quando posso escuto acompanhado de uma cerveja, uma boa combinação. Apesar de ter alguns artistas que escuto mais, como Sonny Boy Williamson, B. B. King, Muddy Waters, entre outros, acabo escutando mais playlists montadas no YouTube (um canal no YT que tem algumas playlists bem bacanas é o Lesini Blues Dimitris) e Spotify, o que acaba me apresentando novos artistas e músicas espetaculares. E sempre que um gaitista se destaca, vou atrás de mais músicas dele. Essa é minha primeira dica: escute bastante Blues, pegue referências dos artistas, e até se sinta motivado por ver o quão bom os caras são, e se esforce para ser tão bom quanto.

Falando em YouTube, há vários canais que dão dicas e ensinam técnicas da harmônica aos iniciantes. Um deles é o canal do Igor Kasuya. Ele fala de técnicas e dicas de um modo bem fácil de entender e tem uma boa didática, um canal muito bom para quem está começando. Outro que acompanho é o GaitistaRB, do Rodrigo Brasileiro, bem famoso no ensino de harmônica no YouTube. Dá várias dicas sobre bends, overbends, tira dúvidas da galera da sua fanpage... É um canal recomendadíssimo aos iniciantes. Outro que descobri recentemente é o Gigo Blues. Lá ele ensina vários grooves interessantes, também dá dicas importantes e tal. A seguir, vou deixar uma lista de outros canais que ensinam sobre gaita: xharmonica, bendsharmonicas (com Melk Rocha), Ronnie Shellist, Tomlin Leckie, Christelle Berthon... Enfim, são vários, e não são difíceis de encontrar, basta fazer uma busca "harmonica lessons" e você encontra incontáveis canais (em inglês, que particularmente acho que seja mais fácil de encontrar canais desse tipo, mas aí tem que manjar um pouco dos paranauê). No YouTube também tem vídeo aulas de Jefferson Gonçalves, talvez o mais bem sucedido gaitista brasileiro. Assisti e recomendo demais (Parte 1: https://goo.gl/lTb6Vk ; Parte 2: https://goo.gl/t8z3RN).

Outro modo de se encontrar conteúdo para estudar são os (ainda existentes) blogs. Infelizmente não lembro de todos que consultava inicialmente, mesmo sendo eles o motivo de iniciar este blog, lembro apenas de dois: Gaita e poesia: esse eu consultava mais para ver os reviews que ele fazia sobre algumas gaitas em que me interessava; me ajudou bastante em algumas escolhas, como na da FolkMaster. Gaita BH: este blog contém bastante informação sobre harmônicas. Nestes dois blogs, creio eu, deve haver links que redirecionem a outros blogs semelhantes; pena que, aparentemente, eles suspenderam as atividades há um tempo, mas as informações que estão lá já são de grande ajuda para gaitistas iniciantes.

Por fim, um modo "alternativo" de estudar é ir em shows e eventos de gaita e Blues na sua cidade ou cidades vizinhas. Aqui na capital cearense sempre tem um evento chamado "Dragão Blues", que acontece no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura sempre na última sexta de cada mês, de graça e trazendo diversas bandas de blues da região. Sempre que posso eu vou lá e escuto um bom Blues e gaitistas excelentes (ainda vou subir no palco como convidado para tocar um pouco, de intrometido, rsrs). Há pouco tempo ocorreu aqui o Fórum Harmônicas Brasil, mas infelizmente não pude ir, fiquei triste por isso, é uma chance única de encontrar diversos artistas e amantes desse incrível instrumento.

Enfim, essas são as formas e meios que uso para estudar sempre quando posso. Espero ter ajudado compartilhando essas informações. Qualquer informação nova ou que eu me lembrar atualizo essa página. Um abraço e até o próximo post!

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Bends Juke

Depois de um belo tempo sem fazer nenhum post, tô de volta. No último post, falei um pouco sobre a Bends Prima que tinha adquirido no Mercado Livre. Hoje vou falar um pouco sobre a Bends Juke, que veio junto.

Sempre vejo, quando posso, vídeos sobre gaita na internet (talvez possa fazer um post falando dos meios que uso para estudar), e de vez em quando o gaitista fala sobre o quão bom é tocar em uma gaita com pente de madeira. Isso me deixou curioso para saber como era de fato a sensação ou as diferenças de tocar em uma gaita de madeira. O preço da Juke se destacou entre os preços das outras gaitas, como a Marine Band, além de ser brasileira. Ao recebê-la, senti a primeira diferença: o peso. Ela é um pouco mais pesada do que as outras gaitas, e me ofereceu uma pegada mais firme. O formato das placas de cobertura também ajuda na pegada. Estas têm uma abertura lateral (essa gaita tem bastante coisa em comum com a Marine Band, esteticamente falando) pra auxiliar na saída do ar e do som. O pente de madeira ipê proporciona um timbre e som bem encorpado, cheio e bonito, vendo o porquê de sempre elogiarem as gaitas de madeira. As placas de vozes são fixadas com 5 parafusos, o que dá uma boa vedação. Ela veio com uma case preta e uma flanela da Bends, para auxiliar na limpeza da gaita após o uso e tal.

Ela é recomendada mais para gaitistas profissionais, por conta da construção e afinação (F#, aguda), além do preço ser mais caro (R$ 91,00), mas para quem pode pagar mais, ela é uma ótima opção por um preço ainda abaixo dos R$ 100,00, comparada a outras que tem no mercado. Como disse no post passado, apesar de não ser um tom indicado para quem está começando, ela é uma gaita que pode e vai auxiliar bastante no aprendizado.

PS: além das gaitas, recebi também uma gaita-chaveiro de 4 orifícios (cara, você não sabe o quão LEGAL é esse chaveiro. Dá pra tirar até uns BENDS, acredita? Gostei demais) e uma única palheta soprada em A. Creio eu que recebi essas coisas por causa do tom da Juke, que não veio a que eu pedi.

Algumas fotos das gaitas estão abaixo. Até o próximo post!












segunda-feira, 25 de julho de 2016

Bends Prima

De volta à ativa! Bem, finalmente estou de férias da faculdade, e agora posso voltar a postar mais calmamente. Como disse no meu comunicado, não aguentei a tentação e acabei comprando gaitas novas, e o mais interessante, em outros tons. Não que eu não estivesse enjoado do tom de Dó, mas gostaria de tentar um novo tom; e também tem o fato de a minha FolkMaster ter perdido uma palheta, e a SilverStar não estar mais dando conta das minhas práticas (aliás, resolvi o problema dos cantos pontudos da FolkMaster, apenas comprei uma pequena lima e lixei as pontas, além dela ser uma ferramenta bem mais apropriada para a afinação das gaitas). Elas são da famigerada marca brasileira Bends, que infelizmente não produz mais gaitas, porém existem vários vendedores por aí que comercializam alguns exemplares. Comprei as minhas no Mercado Livre: Uma Bends Prima em D e uma Bends Juke em A, que acabei recebendo uma em F#, mas não me importei muito. Nesse post vou falar um pouco sobre a Prima.

Assim como a FolkMaster, a Bends Prima tem sete parafusos que prendem as placas de vozes no pente de ABS de cor amarela, bem bonita, diga-se de passagem (esse foi um dos motivos pelo qual eu a comprei, uma bela cor). As curvas das placas de cobertura são belas e oferecem uma boa pegada na harmônica, e lembram um pouco as curvas da Hohner Marine Band. Ela veio em uma case vermelha diferente das cases das outras gaitas, com um zíper e bem mais confortável para a gaita do que uma case de plástico.

Quanto ao som dela, não há o que reclamar. Do mesmo jeito que a FolkMaster, a vedação dela é muito boa, quase não há vazamentos, e a abertura das placas de cobertura proporcionam um som alto, bonito e encorpado; bends são alcançados de forma bem fácil, algo ótimo para quem ainda está aprendendo a alcançar e controlar essa técnica e começando a tocar o instrumento, apesar da sua afinação não ser a adequada para quem está começando.

Paguei R$ 47,00 nela, fora o custo do frete, e pelo que ela entregou foi um ótimo negócio, visto ter gaitas mais caras no mercado que não fazem o que esta harmônica faz, além de ser uma autêntica "brasileirinha" (dá orgulho ver a qualidade de um produto nacional como as gaitas da Bends. Uma pena não ter mais produção de gaitas dessa marca). Como disse antes, o tom dela não é o mais apropriado para quem está começando, porém a gaita é um instrumento curioso, porque geralmente é construída de modo que as notas de cada orifício sejam os graus pré-determinados da escalar maior do tom da gaita (ver imagem ao lado, do sistema de Richter de afinação), e com isso, músicas e frases na gaita podem ser tocadas em qualquer outra, nos mesmos orifícios, com a diferença no tom em que a música é tocada.

Abaixo há algumas fotos da gaita.



 



Por hoje é só. Até o próximo post!

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Comunicado breve

Olá, pessoal. Faz um tempinho (não muito) que eu não posto nada aqui no blog. Isso é por conta da minha faculdade; estou nas últimas semanas do semestre, a famosa hora do tudo ou nada, e acabo ficando sem tempo de escrever um post e colocá-lo aqui, mas isso será resolvido em breve. Assim que possível posto algo novo aqui, tenho bastante ideia do que fazer, e adquiri gaitas novas (sim, já, novamente, tenho que controlar meus gastos), e logo menos posto sobre elas e o que achei das mesmas. 

Até lá!

domingo, 26 de junho de 2016

Como funciona uma gaita? (parte 1)

Como um graduando em física, sempre olho o mundo querendo saber os conceitos físicos que estão envolvidos em cada acontecimento. E, como qualquer pessoa, eu amo música. Como disse no post de estreia deste blog, o que mais me fascina no Blues é a harmonia envolvida na relação de cada instrumento usado, e a importância de cada um na música. É importante os músicos saberem como seus instrumentos funcionam, agrega no conhecimento. A música é som, e som tem conceitos físicos bem interessantes. Por exemplo, você sabe como o som é formado? Por que as palhetas têm tamanhos diferentes? Supondo que você tenha respondido "Não. Como é? Por que?", eu te digo.

O som é uma onda de pressão (Fonte:
http://www.prof2000.pt/users/eta/ruido.htm)
Ondas são fenômenos que transportam energia sem transportar matéria. O som é uma onda mecânica, como as ondas em um lago, que se formam devido à variações de pressão no ar. Essas variações transportam energia, e essa energia flui à medida que a onda se propaga, até chegar aos nossos ouvidos internos, interagirem com os tímpanos e gerar estímulos nervosos que nos dão a sensação de som (aqui também tem biologia envolvida, logo, para não me atrapalhar, vou deixar os detalhes de lado). Logo, uma corda de violão, ao ser tocada, começa a vibrar e a empurrar uma camada de ar, que empurra a próxima camada, e empurra a próxima camada, que emp... E isso gera o som que ouvimos. Enfim, como este blog é sobre gaitas (a maior parte dele), o som é produzido da seguinte forma neste instrumento: ao soprar um orifício, por exemplo, o ar não tem muitas opções de por onde sair, já que o pente é tampado na outra extremidade, oposta ao orifício; só há duas saídas: pelo vão onde está a palheta superior e pelo vão onde está a palheta inferior. Essas palhetas não se encontram presas com a mesma orientação nas placas. A palheta superior está rebitada na parte interna da placa de vozes superior, e a inferior está rebitada na parte externa da placa de vozes inferior. Se você já tiver aberto a sua gaita, já notou isso. Mas isso é só para diferenciar qual que é a placa soprada e aspirada? Não, isso tem uma função bem importante. Se você notar, as pontas das palhetas, geralmente, ficam um pouquinho afastadas do vão. Isso ocorre porque, por exemplo, ao soprar no orifício, o ar não vibrar as duas palhetas de uma vez e acabar formando um som diferente. Ao passar por esse pequeno vão, o ar desloca muito pouco a palheta inferior, que está do lado de fora da placa de vozes. A palheta superior, em contrapartida, fica no meio do caminho do ar. Por isso, o ar tem que "empurrar" a palheta até ter espaço suficiente para escapar para fora do pente. Mas a palheta, assim como um elástico que é esticado, quando é empurrada para fora pelo ar, tende a querer voltar a sua posição inicial, de repouso, e assim volta para esta posição. O ar, que ainda não terminou de escapar, volta a empurrar a palheta para fora, e a palheta volta para à posição inicial, e assim fica até todo o ar sair. Esse movimento de sobe-e-desce da palheta por causa do empurrão do ar é análoga à vibração da corda do violão que eu citei acima. A palheta começa a vibrar, e essa vibração, assim como a corda, empurra uma camada de ar, que empurra a próxima camada, e empurra a próxima camada, que emp...

Em termos mais técnicos, o ar oferece energia para a palheta, que armazena essa energia em forma de energia potencial elástica, um tipo de energia que a qualquer momento pode ser convertida em energia cinética, que faz a palheta voltar à sua posição inicial. Porém, ela simplesmente não volta a essa posição e para. Como ela ainda se move, ela passa da sua posição de relaxamento e começa a armazenar a energia cinética em potencial elástica novamente, porém não saindo do orifício onde o ar tá sendo soprado, e sim para dentro dele, até parar e tentar voltar à sua posição inicial novamente, onde o ar volta a empurrar a palheta para fora (Imagine você no topo de uma rampa de skate, prestes a descer. Quando você começa a descida, você ganha velocidade até chegar na base da rampa. Ao chegar lá, você estará com uma certa velocidade, ou seja, com energia cinética. A partir desse ponto, por ainda ter energia, você continua seu movimento, agora subindo a rampa, até parar lá em cima e começar a descer... Essa é uma analogia ao caso da palheta, porém aqui a energia potencial envolvida é a gravitacional). Essa movimentação, transferência e transformação de energia ocorre até não ter mais ar para empurrar a palheta e até essa energia cinética da palheta ser dissipada para o ar em forma de... som. Parte dessa energia já é transportada em forma de som a partir do momento em que a palheta começa a vibrar, porém o ar soprado sempre fornece um pouquinho a mais de energia para que a palheta continue vibrando, e, assim, fazendo o maravilhoso som que a gaita tem.
Processo de vibração da palheta (neste caso, soprada). O ar empurra a palheta, que tende a voltar a sua posição de repouso, e começa a vibrar. Esse ciclo acontece até toda a energia cinética da palheta ser dissipada por atrito e transferida para o ar em forma de onda sonora.
A mesma coisa acontece quando você aspira uma nota, porém, em vez do ar vir de dentro do orifício e empurrar a palheta para fora do orifício, ele vem de fora e a empurra para dentro, e o mesmo processo de vibração e produção de som ocorre. A palheta superior, que está para dentro do pente, se desloca muito pouco, enquanto que a inferior fica no caminho do ar, é empurrada para dentro e começa a vibrar.

Não entrei em muitos detalhes para não ficar uma coisa tediosa. Os termos físicos geralmente não são muito atrativos, mas depois de entendê-los, tudo fica lindo, vai por mim.

Bem, por hoje é só. Qualquer dúvida, deixe um comentário que eu respondo.
No próximo post continuarei a explicar o funcionamento da gaita. Até lá!

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Sobre a afinação e o fim trágico da FolkMaster

Falei um pouco sobre a Suzuki FolkMaster no último post. Quem leu viu que eu falei sobre o bend no 1 aspirado, que eu tinha muita dificuldade para tirar. E eu, também, coloquei uma singela homenagem a essa gaita aí do lado. Bem, você já deve ter uma noção do que deve ter acontecido, porém vamos aos detalhes, para ficar aqui registrado e nem eu nem você cometermos esse erro (novamente).

Depois de uma semana de faculdade, voltei para minha casa e no fim do dia tentei resolver esse problema do bend, e dar uma afinada, caso necessário. Abri a gaita e dei uma pequena alinhada das palhetas na placa de vozes soprada, já que são elas que vibram no ato do bend. Ao testar, o problema insistia, e o afinador que eu tinha atestava uma desafinação no 1 soprado, que estava um pouco mais grave. Para tentar consertar isso, peguei um pedaço de papel para firmar a palheta e uma lixa de unha para raspar a ponta dela e, assim, aumentar um pouco a frequência de vibração, subindo um pouco o tom da nota (em um futuro post, explicarei mais sobre afinação). Comecei raspando de cima para baixo, sempre no sentido da palheta, para evitar qualquer dano nesta. Após várias raspadas sem muito sucesso, a nota praticamente se manteve inalterada. Em um momento de desatenção, acabei raspando a palheta de lado, coisa que nunca se deve fazer. Acabou que consegui o óbvio: amassei a palheta. E pior: não só ela, como a segunda palheta também, só que com menos gravidade. Esta consegui reposicionar no lugar e ela continua funcionando bem (por sorte). O mesmo não posso dizer da primeira. O amassado era grande, e mesmo tentando reparar o dano com uma pinça, posicionando a palheta rente ao espaço da placa de vozes, o som que saía não era o da nota Dó (C4), e sim um Lá (A3), que ficava mais grave à medida que eu mexia a língua dentro da boca. Estava fazendo bends soprados na oitava grave da gaita. Via ali que não tinha mais jeito na merda que tinha feito na recém-comprada gaita. Mas não desisti, e tentei reparar o erro até que a palheta não aguentou o tranco e quebrou, finalizando assim sua história na Suzuki FolkMaster que teve a infelicidade de cair em minhas mãos.

:'(
Após isso, apenas restou cobrir o buraco da placa de vozes com uma fita isolante, para tentar manter pelo menos a palheta aspirada funcionando. Mas não iria servir de muita coisa, dificilmente vou acessar o orifício 1 dessa gaita novamente. Quanto às outras palhetas, estão funcionando bem, e ainda uso essa gaita como principal para os meus treinos.

Bem, esse post é uma forma de aviso para os iniciantes que querem tentar fazer esse tipo de manutenção no seu querido instrumento: tomem bastante cuidado com o sentido de raspagem das palhetas, sempre de cima para baixo, se afastando do rebite, e sem fazer o caminho inverso. Também usem ferramentas adequadas para a raspagem e ajustes, como uma lima, e não uma lixa vagabunda de unha como eu usei. (Atualização: após esse incidente, comprei uma pequena lima em uma loja de materiais de construção. Foi um pouquinho cara, porém nota-se bem a diferença de usar uma ferramenta específica para a raspagem de metais. Realizei a afinação da minha SilverStar sem nenhum problema, agora com cuidado para não raspar de lado)

O mais recomendado é comprar um kit de manutenção de gaitas, mas não é todo mundo que pode. Acho importante todo instrumentista saber fazer manutenção nos seus instrumentos, mas sempre com os devidos cuidados. Caso não saiba, pesquise bastante ou vá em algum luthier de confiança que ele resolve qualquer problema.

Por hoje é só. Até o próximo post!

sábado, 18 de junho de 2016

Suzuki FolkMaster

(In memorian)

Anteriormente fiz um pequeno review sobre a Hohner SilverStar, minha primeira gaita. Passei pouco mais de um mês com ela antes de comprar mais uma gaita, a Suzuki Folkmaster, em C. Bom, aí talvez você se pergunte "Ué, mas ele não é liso? É o que diz ali no 'O que aprendi até aqui'...". Essa é uma observação perspicaz, meu caro. Porém eu tenho um moderado controle financeiro e uma fonte de renda suspeita (ganho bolsa da universidade, sustentado pelo governo, desculpa), e tive ajuda do famigerado AliExpress, aquele site chinês mesmo. Mas não vai achando que é por isso que minhas observações aqui feitas serão diferentes do que se eu tivesse uma "original" (até porque as "originais" são feitas na China), ou que o produto é mal feito, muito pelo contrário, já comprei diversas coisas nesse site e fiquei bem satisfeito, e com essa gaita não foi diferente. Custou por volta de R$ 35,00 (compara com o preço da SilverStar) e a recebi em 21 dias, e olha que moro no Nordeste. 

Assim que abri o pacote, a peguei em mãos e dei aquela soprada no acorde de Dó, senti uma gigante diferença para o timbre da gaita da Hohner, o som era bem mais alto, claro e estridente, delicioso de ouvir, na minha opinião. A nota individuais eram bem mais evidentes do que as da SilverStar. Ao testar os bends... nossa, uma surpresa. Saíam tão fáceis e eram tão fortes que fiquei muito animado. É ótimos para treinar os bends. Isso se deve à vedação proporcionada pelos 7 parafusos que prendem as placas de vozes ao pente, e esse foi um dos motivos pelo qual eu comprei essa gaita. Os vazamentos da SilverStar me atrapalhavam tanto para tirar bends como para tirar as próprias notas dos orifícios. Porém, ao chegar na casa 1 aspirada, o bend não saía, e isso me deixou intrigado. Eu tinha que jogar a língua praticamente goela abaixo pra tirar um bend, enquanto que na outra gaita eu espirrava e saía um Db. Os bends soprados (com exceção da casa 10) saíam com facilidade também, e até consegui tirar um bend de meio tom no 10, mas só uma vez, infelizmente. Tenho que treinar mais.

Em relação à construção da FolkMaster, ela tem, como disse, 7 parafusos prendendo as placas de vozes ao pente de ABS cor vinho (que, aliás, tinha uma espécie de divisão em cada orifício, como se fosse para o ar ser direcionado para cada palheta, não sei dizer ao certo), placas de cobertura um pouco mais abertas do que as da SilverStar e a achei  menor e mais leve. Um ponto negativo evidente são suas bordas pontudas, que podem machucar a quem estiver tocando nas casas extremas da gaita. E ela agarrou bastante no meu bigode, uma coisa bem desagradável, mas isso é porque eu tenho uma barba. A case vem com um manual que tem a função extra de segurar a gaita dentro da case, porque sem esse manual a gaita dança lá dentro.

Enfim, é uma gaita bem acessível, só é necessário ter paciência, caso ela seja comprada em sites como o AliExpress (encomendas importadas desse tipo geralmente demoram meses pra chegar à casa do destinatário, tive sorte com essa gaita), e não decepciona quem tá começando, na verdade pode até empolgar mais. Também pode ser dada como presente, quem ganhar vai gostar. Abaixo tem algumas fotos que tirei da Suzuki FolkMaster.

Bem, por hoje tá bom. Até o próximo post!

7 parafusos








Divisão interna


Cantos pontudos

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Limpeza e manutenção da gaita

Uma coisa que me chateava um pouco no tempo em que tocava violão era a limpeza e manutenção. Retirar as cordas, limpar o corpo, o braço, as cordas e as tarraxas, e depois colocar tudo no lugar e afinar me tomava um pouco de tempo porque no tempo eu não tinha smartphone, nem afinador e meu computador não tinha microfone, e nem era sempre que podia usá-lo, logo eu tive que aprender a acostumar o ouvido às notas de cada corda. Mas como tudo deve ser mantido através de limpeza e reparos, com a gaita não foi diferente. Com o tempo, a usando praticamente todo os dias, vi que uma limpeza não era mais uma opção, e tive que enfrentar o medo de abrir o instrumento (todos diziam que as palhetas eram muito sensíveis, logo ficava com medo de danificá-las).

Mas pondo o medo de lado, e até aproveitando para conhecer mais sobre o instrumento e o seu funcionamento, abri a gaita e separei todas as peças. Analisei o pente, e neste fiz a básica limpeza com detergente e uma escova de dentes velha, passando em todos os espaços e tirando a sujeira. Nas sujeiras mais pertinentes, usei um palito de dente e no fim passei um pouco de água, e deixei secar. Fiz isso porque o pente era de plástico. Com pentes de madeira a limpeza não inclui água, pois isso pode inchar a madeira. A limpeza das placas de cobertura ocorreu da mesma forma.

Quanto às placas de vozes, tive que ter bem mais cuidado. Limpei com um pouco de força as bases das palhetas, presas com rebite, mas no restante das palhetas limpei cuidadosamente no sentidos delas, da base até a ponta vibrante. A sujeira mais agarrada usei um palito de dente, também, porém sempre tomando cuidado. Qualquer avaria nas palhetas podem inutilizá-las permanentemente (falarei disso em um outro post), e aí é só trocando. Enrolei as duas placas em papel higiênico para uma secagem mais rápida, mas creio que a secagem natural seja a melhor opção,  quanto menos contato das palhetas com outros materiais melhor.

Ao fim das secagens, prendi as placas de vozes no pente e verifiquei a afinação das palhetas (estavam ok) e tentei aproximá-las das placas de vozes, deixando-as mais rentes.

Na internet existem vários métodos para limpeza, usando desde álcool isopropílico até suco de limão. Como sou um novato e não tenho álcool isopropílico em casa (mas usei álcool comum, etílico, nas placas de cobertura e de vozes, com cuidado), optei pela limpeza mais comum e simples possível.

Espero ter ajudado, e até o próximo post!

sábado, 11 de junho de 2016

Hohner SilverStar ✰

Como havia dito no post anterior, a minha primeira gaita, visto a falta de opções, foi uma SilverStar, da Hohner. Hoje vou falar um pouco sobre minhas impressões sobre ela.

Como ela foi (e é) minha primeira gaita, não tenho muito o que falar a respeito, não tenho com o que comparar e tudo mais. Mas, em geral, eu a achei boa. Os bends aspirados são altos, mas nos três primeiros orifícios, sente-se um pouco de vazamento (ela vem com 5 parafusos prendendo as placas de vozes ao pente), é complicado até de tirar as notas normais, e para tirar os bends no meio de uma música, por exemplo, acaba atrapalhando. Em contrapartida, após que consegui tirar o bend no 1, ele saía com uma facilidade que às vezes atrapalhava, mas isso era devido a eu geralmente ir para o 1 aspirado logo após fazer um bend no 2, aí a postura na língua influenciava. Quando aos bends soprados, eu praticamente não os consegui tirar, sempre dava microfonia, enquanto que em uma outra gaita minha conseguia tirar tranquilamente (menos no 10).

Com um custo de R$ 70,00, relativamente barato, é uma gaita que, na minha opinião, serve para quem está dando os primeiros passos, para conhecer o instrumento, para começar a tirar um som de leve, nada muito forçado, e ver as possibilidades que se tem com uma gaita.

Segue algumas imagens da SilverStar. Até o próximo post!


 


 

 


terça-feira, 7 de junho de 2016

Sobre o meu começo e minha primeira gaita

Há anos escuto Blues. É um estilo musical que me agrada e acalma de modo que poucas músicas conseguem (salvo algumas indies e clássicas). Diferente de outros estilos, praticamente todos os instrumentos têm seu momento de brilho nas melodias: solos de baixo, de guitarra, de teclado, de bateria, de saxofone, e de gaita. Como sempre quis aprender a tocar um instrumento (para mim, toda pessoa amante de música deve saber tocar pelo menos um instrumento; já tentei tocar violão, sem sucesso), percebi nos solos de gaita que escutava o imenso potencial que esse subestimado instrumento possui, além de ser bem mais portátil e barato do que os outros acima citados, e outros instrumentos. Comecei a pesquisar sobre gaitas na internet, preços, marcas e tudo mais, porém as gaitas mais baratas que eu encontrava não tinham críticas muito boas por parte de alguns gaitistas amadores e profissionais (como a Hohner BluesBand), sem falar no preço dos fretes nas compras online, sempre um absurdo para quem mora no Nordeste, como eu. Sem muita opção, me vi obrigado a gastar mais e a procurar em lojas físicas o pequeno instrumento. Acabei optando pela Hohner SilverStar em C, no valor de R$ 70,00. Doeu no bolso, mas foi aquele sacrifício que a gente tem que fazer de vez em quando (na verdade já tive muitos prejuízos financeiros em relação à compra de algumas coisas que nem eram necessárias para mim. Consumismo, o nome disso. A gaita não se encaixa aqui).

Com a primeira gaita em mãos, vamos começar com o básico: BENDS!!! Mas antes tinha que saber tirar uma nota limpa, aí notei que os orifícios da primeira oitava da gaita (1 ao 3) tinham um pouco de vazamento, o que poderia me atrapalhar um pouco quando quisesse, ou tentasse, tocar uma música, o que no momento não era (ainda não é, muito) o caso. Passei um tempo praticando as embocaduras de bico e tongue blocking, de modo que já conseguia tirar uma única nota aceitável. Agora sim: BENDS!!! Após pesquisar bastante sobre como executar essa técnica (a maioria falava aquela técnica A-U-A, mas para mim não funcionou muito) e apanhar bastante da gaita, comecei a baixar o tom das notas que eu tirava, mas sem saber muito bem o que eu fazia pra tirar, acabava apanhando mais um bucado até fazer o bend outra vez. Primeiro foi no 1, depois foi no 4. Os dos orifícios 2 e 3 eu sabia que ia ser um 7x1 a cada aspirada. Acabei que, semanas depois, consegui fazer o bend de meio tom em cada. O bend de um tom só veio sair semanas depois, de novo. E o bend de um tom e meio no 3 (mais procurado por mim que o bin Laden pelo FBI) foi sair um belo tempo depois, após várias engasgadas e faltas de ar. O bend no 6 meio que me pegou de surpresa por conta da posição da língua para a sua execução, passei um tempo procurando a posição certa. Depois vieram os bends soprados, no 8, 9 e 10, ainda sem muito sucesso, mas tá indo!

Atualmente, por conta da faculdade, ando sem muito tempo para praticar, mas quando o tenho estudo sobre os bends que consigo tirar, tentando tirá-los de primeira e controlá-los o máximo de tempo possível, e mesclo o tempo com o tongue blocking e umas músicas simples. Ainda tenho muito o que aprender, e talvez quem leia esse texto agora, daqui a um tempo já faça um som enquanto eu ainda tô empacado em alguma técnica.

Recomendo aos iniciantes (falo como se não fosse um) estudarem calmamente, porque é comum nós, novatos, irmos com muita sede ao pote e assim que pegar o instrumento já querer sair tocando tudo, e não é assim. A paciência é primordial, e persistir pacientemente em uma técnica é necessário para o completo domínio dela.

Mais pra frente no blog postarei mais sobre as técnicas que citei aqui, como embocadura, bends (e como eu fiz para fazê-los) e outras, à medida em que vou aprendendo, descobrindo e que vou tendo tempo para escrever. Até a próxima!

sábado, 4 de junho de 2016

Um início

(Se veio aqui achando que vai sair tocando igual Sonny Boy ou Little Walter, vish...)

Inicio hoje, 04 de junho de 2016, o meu blog, que trata da minha visão enquanto aprendiz e completo leigo no mundo da harmônica. Talvez você se pergunte "E por que vou ler um blog de alguém que nem sabe tocar gaita? Se ao menos soubesse...". E minha resposta é: Não sei. Vai que você é amante de blogs, que nem eu.
Sempre gostei de acompanhar pequenos blogs, sobre diversos assuntos, e os que mais me atraíam eram aqueles que não tinham muitas visitas, eles eram feitos com mais esmero, tinham assuntos mais interessantes e tudo mais.
Não que eu queira poucas visitas, ou venha a trazer algum tema curioso, ainda não sei, mas neste blog irei documentar meu passo-a-passo no aprendizado desse instrumento que, apesar do pequeno tamanho, tem um poderio musical gigantesco, som marcante e envolvente.

Por hoje é isso, até a próxima postagem. Seja bem-vindo.