domingo, 30 de outubro de 2016

Dicas de estudo para iniciantes

(It's been a loooooong tiiiiime)

Olá. Nossa, o ano já tá acabando... Peço desculpas pelo tempo away, a faculdade anda tirando meu couro, e por conta disso estou sem muito tempo (também estou tentando retomar outros hobbies que tinha antes, como desenhar, e que tinha me afastado justamente por conta da faculdade, pra tentar me desestressar). Enfim, o importante é que parar de postar não vou parar.

Havia prometido antes um post sobre como eu fazia para estudar gaita, de onde tirava minhas informações, e esse post é justamente sobre isso.

Faz um tempo que escuto Blues, é um segmento musical que me relaxa, e sempre quando posso escuto acompanhado de uma cerveja, uma boa combinação. Apesar de ter alguns artistas que escuto mais, como Sonny Boy Williamson, B. B. King, Muddy Waters, entre outros, acabo escutando mais playlists montadas no YouTube (um canal no YT que tem algumas playlists bem bacanas é o Lesini Blues Dimitris) e Spotify, o que acaba me apresentando novos artistas e músicas espetaculares. E sempre que um gaitista se destaca, vou atrás de mais músicas dele. Essa é minha primeira dica: escute bastante Blues, pegue referências dos artistas, e até se sinta motivado por ver o quão bom os caras são, e se esforce para ser tão bom quanto.

Falando em YouTube, há vários canais que dão dicas e ensinam técnicas da harmônica aos iniciantes. Um deles é o canal do Igor Kasuya. Ele fala de técnicas e dicas de um modo bem fácil de entender e tem uma boa didática, um canal muito bom para quem está começando. Outro que acompanho é o GaitistaRB, do Rodrigo Brasileiro, bem famoso no ensino de harmônica no YouTube. Dá várias dicas sobre bends, overbends, tira dúvidas da galera da sua fanpage... É um canal recomendadíssimo aos iniciantes. Outro que descobri recentemente é o Gigo Blues. Lá ele ensina vários grooves interessantes, também dá dicas importantes e tal. A seguir, vou deixar uma lista de outros canais que ensinam sobre gaita: xharmonica, bendsharmonicas (com Melk Rocha), Ronnie Shellist, Tomlin Leckie, Christelle Berthon... Enfim, são vários, e não são difíceis de encontrar, basta fazer uma busca "harmonica lessons" e você encontra incontáveis canais (em inglês, que particularmente acho que seja mais fácil de encontrar canais desse tipo, mas aí tem que manjar um pouco dos paranauê). No YouTube também tem vídeo aulas de Jefferson Gonçalves, talvez o mais bem sucedido gaitista brasileiro. Assisti e recomendo demais (Parte 1: https://goo.gl/lTb6Vk ; Parte 2: https://goo.gl/t8z3RN).

Outro modo de se encontrar conteúdo para estudar são os (ainda existentes) blogs. Infelizmente não lembro de todos que consultava inicialmente, mesmo sendo eles o motivo de iniciar este blog, lembro apenas de dois: Gaita e poesia: esse eu consultava mais para ver os reviews que ele fazia sobre algumas gaitas em que me interessava; me ajudou bastante em algumas escolhas, como na da FolkMaster. Gaita BH: este blog contém bastante informação sobre harmônicas. Nestes dois blogs, creio eu, deve haver links que redirecionem a outros blogs semelhantes; pena que, aparentemente, eles suspenderam as atividades há um tempo, mas as informações que estão lá já são de grande ajuda para gaitistas iniciantes.

Por fim, um modo "alternativo" de estudar é ir em shows e eventos de gaita e Blues na sua cidade ou cidades vizinhas. Aqui na capital cearense sempre tem um evento chamado "Dragão Blues", que acontece no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura sempre na última sexta de cada mês, de graça e trazendo diversas bandas de blues da região. Sempre que posso eu vou lá e escuto um bom Blues e gaitistas excelentes (ainda vou subir no palco como convidado para tocar um pouco, de intrometido, rsrs). Há pouco tempo ocorreu aqui o Fórum Harmônicas Brasil, mas infelizmente não pude ir, fiquei triste por isso, é uma chance única de encontrar diversos artistas e amantes desse incrível instrumento.

Enfim, essas são as formas e meios que uso para estudar sempre quando posso. Espero ter ajudado compartilhando essas informações. Qualquer informação nova ou que eu me lembrar atualizo essa página. Um abraço e até o próximo post!

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Bends Juke

Depois de um belo tempo sem fazer nenhum post, tô de volta. No último post, falei um pouco sobre a Bends Prima que tinha adquirido no Mercado Livre. Hoje vou falar um pouco sobre a Bends Juke, que veio junto.

Sempre vejo, quando posso, vídeos sobre gaita na internet (talvez possa fazer um post falando dos meios que uso para estudar), e de vez em quando o gaitista fala sobre o quão bom é tocar em uma gaita com pente de madeira. Isso me deixou curioso para saber como era de fato a sensação ou as diferenças de tocar em uma gaita de madeira. O preço da Juke se destacou entre os preços das outras gaitas, como a Marine Band, além de ser brasileira. Ao recebê-la, senti a primeira diferença: o peso. Ela é um pouco mais pesada do que as outras gaitas, e me ofereceu uma pegada mais firme. O formato das placas de cobertura também ajuda na pegada. Estas têm uma abertura lateral (essa gaita tem bastante coisa em comum com a Marine Band, esteticamente falando) pra auxiliar na saída do ar e do som. O pente de madeira ipê proporciona um timbre e som bem encorpado, cheio e bonito, vendo o porquê de sempre elogiarem as gaitas de madeira. As placas de vozes são fixadas com 5 parafusos, o que dá uma boa vedação. Ela veio com uma case preta e uma flanela da Bends, para auxiliar na limpeza da gaita após o uso e tal.

Ela é recomendada mais para gaitistas profissionais, por conta da construção e afinação (F#, aguda), além do preço ser mais caro (R$ 91,00), mas para quem pode pagar mais, ela é uma ótima opção por um preço ainda abaixo dos R$ 100,00, comparada a outras que tem no mercado. Como disse no post passado, apesar de não ser um tom indicado para quem está começando, ela é uma gaita que pode e vai auxiliar bastante no aprendizado.

PS: além das gaitas, recebi também uma gaita-chaveiro de 4 orifícios (cara, você não sabe o quão LEGAL é esse chaveiro. Dá pra tirar até uns BENDS, acredita? Gostei demais) e uma única palheta soprada em A. Creio eu que recebi essas coisas por causa do tom da Juke, que não veio a que eu pedi.

Algumas fotos das gaitas estão abaixo. Até o próximo post!












segunda-feira, 25 de julho de 2016

Bends Prima

De volta à ativa! Bem, finalmente estou de férias da faculdade, e agora posso voltar a postar mais calmamente. Como disse no meu comunicado, não aguentei a tentação e acabei comprando gaitas novas, e o mais interessante, em outros tons. Não que eu não estivesse enjoado do tom de Dó, mas gostaria de tentar um novo tom; e também tem o fato de a minha FolkMaster ter perdido uma palheta, e a SilverStar não estar mais dando conta das minhas práticas (aliás, resolvi o problema dos cantos pontudos da FolkMaster, apenas comprei uma pequena lima e lixei as pontas, além dela ser uma ferramenta bem mais apropriada para a afinação das gaitas). Elas são da famigerada marca brasileira Bends, que infelizmente não produz mais gaitas, porém existem vários vendedores por aí que comercializam alguns exemplares. Comprei as minhas no Mercado Livre: Uma Bends Prima em D e uma Bends Juke em A, que acabei recebendo uma em F#, mas não me importei muito. Nesse post vou falar um pouco sobre a Prima.

Assim como a FolkMaster, a Bends Prima tem sete parafusos que prendem as placas de vozes no pente de ABS de cor amarela, bem bonita, diga-se de passagem (esse foi um dos motivos pelo qual eu a comprei, uma bela cor). As curvas das placas de cobertura são belas e oferecem uma boa pegada na harmônica, e lembram um pouco as curvas da Hohner Marine Band. Ela veio em uma case vermelha diferente das cases das outras gaitas, com um zíper e bem mais confortável para a gaita do que uma case de plástico.

Quanto ao som dela, não há o que reclamar. Do mesmo jeito que a FolkMaster, a vedação dela é muito boa, quase não há vazamentos, e a abertura das placas de cobertura proporcionam um som alto, bonito e encorpado; bends são alcançados de forma bem fácil, algo ótimo para quem ainda está aprendendo a alcançar e controlar essa técnica e começando a tocar o instrumento, apesar da sua afinação não ser a adequada para quem está começando.

Paguei R$ 47,00 nela, fora o custo do frete, e pelo que ela entregou foi um ótimo negócio, visto ter gaitas mais caras no mercado que não fazem o que esta harmônica faz, além de ser uma autêntica "brasileirinha" (dá orgulho ver a qualidade de um produto nacional como as gaitas da Bends. Uma pena não ter mais produção de gaitas dessa marca). Como disse antes, o tom dela não é o mais apropriado para quem está começando, porém a gaita é um instrumento curioso, porque geralmente é construída de modo que as notas de cada orifício sejam os graus pré-determinados da escalar maior do tom da gaita (ver imagem ao lado, do sistema de Richter de afinação), e com isso, músicas e frases na gaita podem ser tocadas em qualquer outra, nos mesmos orifícios, com a diferença no tom em que a música é tocada.

Abaixo há algumas fotos da gaita.



 



Por hoje é só. Até o próximo post!

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Comunicado breve

Olá, pessoal. Faz um tempinho (não muito) que eu não posto nada aqui no blog. Isso é por conta da minha faculdade; estou nas últimas semanas do semestre, a famosa hora do tudo ou nada, e acabo ficando sem tempo de escrever um post e colocá-lo aqui, mas isso será resolvido em breve. Assim que possível posto algo novo aqui, tenho bastante ideia do que fazer, e adquiri gaitas novas (sim, já, novamente, tenho que controlar meus gastos), e logo menos posto sobre elas e o que achei das mesmas. 

Até lá!

domingo, 26 de junho de 2016

Como funciona uma gaita? (parte 1)

Como um graduando em física, sempre olho o mundo querendo saber os conceitos físicos que estão envolvidos em cada acontecimento. E, como qualquer pessoa, eu amo música. Como disse no post de estreia deste blog, o que mais me fascina no Blues é a harmonia envolvida na relação de cada instrumento usado, e a importância de cada um na música. É importante os músicos saberem como seus instrumentos funcionam, agrega no conhecimento. A música é som, e som tem conceitos físicos bem interessantes. Por exemplo, você sabe como o som é formado? Por que as palhetas têm tamanhos diferentes? Supondo que você tenha respondido "Não. Como é? Por que?", eu te digo.

O som é uma onda de pressão (Fonte:
http://www.prof2000.pt/users/eta/ruido.htm)
Ondas são fenômenos que transportam energia sem transportar matéria. O som é uma onda mecânica, como as ondas em um lago, que se formam devido à variações de pressão no ar. Essas variações transportam energia, e essa energia flui à medida que a onda se propaga, até chegar aos nossos ouvidos internos, interagirem com os tímpanos e gerar estímulos nervosos que nos dão a sensação de som (aqui também tem biologia envolvida, logo, para não me atrapalhar, vou deixar os detalhes de lado). Logo, uma corda de violão, ao ser tocada, começa a vibrar e a empurrar uma camada de ar, que empurra a próxima camada, e empurra a próxima camada, que emp... E isso gera o som que ouvimos. Enfim, como este blog é sobre gaitas (a maior parte dele), o som é produzido da seguinte forma neste instrumento: ao soprar um orifício, por exemplo, o ar não tem muitas opções de por onde sair, já que o pente é tampado na outra extremidade, oposta ao orifício; só há duas saídas: pelo vão onde está a palheta superior e pelo vão onde está a palheta inferior. Essas palhetas não se encontram presas com a mesma orientação nas placas. A palheta superior está rebitada na parte interna da placa de vozes superior, e a inferior está rebitada na parte externa da placa de vozes inferior. Se você já tiver aberto a sua gaita, já notou isso. Mas isso é só para diferenciar qual que é a placa soprada e aspirada? Não, isso tem uma função bem importante. Se você notar, as pontas das palhetas, geralmente, ficam um pouquinho afastadas do vão. Isso ocorre porque, por exemplo, ao soprar no orifício, o ar não vibrar as duas palhetas de uma vez e acabar formando um som diferente. Ao passar por esse pequeno vão, o ar desloca muito pouco a palheta inferior, que está do lado de fora da placa de vozes. A palheta superior, em contrapartida, fica no meio do caminho do ar. Por isso, o ar tem que "empurrar" a palheta até ter espaço suficiente para escapar para fora do pente. Mas a palheta, assim como um elástico que é esticado, quando é empurrada para fora pelo ar, tende a querer voltar a sua posição inicial, de repouso, e assim volta para esta posição. O ar, que ainda não terminou de escapar, volta a empurrar a palheta para fora, e a palheta volta para à posição inicial, e assim fica até todo o ar sair. Esse movimento de sobe-e-desce da palheta por causa do empurrão do ar é análoga à vibração da corda do violão que eu citei acima. A palheta começa a vibrar, e essa vibração, assim como a corda, empurra uma camada de ar, que empurra a próxima camada, e empurra a próxima camada, que emp...

Em termos mais técnicos, o ar oferece energia para a palheta, que armazena essa energia em forma de energia potencial elástica, um tipo de energia que a qualquer momento pode ser convertida em energia cinética, que faz a palheta voltar à sua posição inicial. Porém, ela simplesmente não volta a essa posição e para. Como ela ainda se move, ela passa da sua posição de relaxamento e começa a armazenar a energia cinética em potencial elástica novamente, porém não saindo do orifício onde o ar tá sendo soprado, e sim para dentro dele, até parar e tentar voltar à sua posição inicial novamente, onde o ar volta a empurrar a palheta para fora (Imagine você no topo de uma rampa de skate, prestes a descer. Quando você começa a descida, você ganha velocidade até chegar na base da rampa. Ao chegar lá, você estará com uma certa velocidade, ou seja, com energia cinética. A partir desse ponto, por ainda ter energia, você continua seu movimento, agora subindo a rampa, até parar lá em cima e começar a descer... Essa é uma analogia ao caso da palheta, porém aqui a energia potencial envolvida é a gravitacional). Essa movimentação, transferência e transformação de energia ocorre até não ter mais ar para empurrar a palheta e até essa energia cinética da palheta ser dissipada para o ar em forma de... som. Parte dessa energia já é transportada em forma de som a partir do momento em que a palheta começa a vibrar, porém o ar soprado sempre fornece um pouquinho a mais de energia para que a palheta continue vibrando, e, assim, fazendo o maravilhoso som que a gaita tem.
Processo de vibração da palheta (neste caso, soprada). O ar empurra a palheta, que tende a voltar a sua posição de repouso, e começa a vibrar. Esse ciclo acontece até toda a energia cinética da palheta ser dissipada por atrito e transferida para o ar em forma de onda sonora.
A mesma coisa acontece quando você aspira uma nota, porém, em vez do ar vir de dentro do orifício e empurrar a palheta para fora do orifício, ele vem de fora e a empurra para dentro, e o mesmo processo de vibração e produção de som ocorre. A palheta superior, que está para dentro do pente, se desloca muito pouco, enquanto que a inferior fica no caminho do ar, é empurrada para dentro e começa a vibrar.

Não entrei em muitos detalhes para não ficar uma coisa tediosa. Os termos físicos geralmente não são muito atrativos, mas depois de entendê-los, tudo fica lindo, vai por mim.

Bem, por hoje é só. Qualquer dúvida, deixe um comentário que eu respondo.
No próximo post continuarei a explicar o funcionamento da gaita. Até lá!